Direção da unidade insiste que policiais penais façam escolta hospitalar mesmo trabalhando em hospital de campanha, gerando um duplo risco de contaminação pela Covid-19
A diretoria do Sindicato dos Policiais Penais e Servidores do Sistema Penitenciário do Estado do Ceará (Sindppen-Ce) denuncia a atitude tomada pela direção da nova unidade prisional, Casa de Privação Provisória de Liberdade (CPPL) VI nesta quarta-feira, 24/03.
O fato é que a presidente do Sindppen-Ce, Joélia Silveira, já havia tido uma conversa com a direção da CPPL VI sobre a disposição dos policiais penais lotados na unidade, que estão dando plantão no local e sendo deslocados para custodiar os detentos nos hospitais, remanejados dos seus plantões, aumentando o risco de contaminação e transmissão.
O caso é que a unidade, que ainda não foi inaugurada oficialmente, está servindo como hospital de campanha para os detentos acometidos pela Covid-19. Desse modo, os policiais penais lotados na unidade estão se arriscando duplamente, tendo que permanecer no plantão dentro da CPPL VI, sendo agora hospital de campanha e fazendo as escoltas para outros hospitais como o Hospital Geral de Fortaleza (HGF) e o Hospital São José de Doenças Infecciosas (HSJ), por exemplo.
De fato, após a conversa com a direção da CPPL VI, onde foi acordado que ambas as partes se sentariam para procurar um caminho mais adequado para a resolução do problema junto a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), a direção da unidade prisional resolveu, por si só, tomar a decisão de colocar os policiais penais lotados no local, para trabalhar no plantão de 12 horas fazendo somente as escoltas, sem a preocupação de saber para onde eles iriam após esse plantão, pois muitos deles são advindos de outros Estados e de outras regiões do Ceará, tornando assim, a jornada muito mais exaustiva para esses servidores.
Vale lembrar que esses policiais penais são os mesmos que sofreram com a questão das transferências precárias, convocados em dezembro sendo que a CPPL VI ainda não havia sido inaugurada, sem apoio para custear o deslocamento, retirando o custo do próprio bolso.
“A nossa sugestão foi que os policiais penais lotados na referida unidade continuassem apenas no local, sem ter que se expor ao risco duplo de trabalhar em hospital de campanha e fazer escoltas em outros hospitais. Isso é inadmissível! Corre o risco maior de infecção e de também poder contaminar outros mais facilmente nesse vai e vem desnecessário. Além de viajar de volta para casa, já que são advindos de outras regiões como: Região do Cariri, de Sobral e de outras cidades do interior e alguns até de outros estados.” declara a presidente do Sindppen-Ce.
Diante da atitude unilateral do diretor da CPPL VI, agravando ainda mais a situação desses servidores, o Sindppen-Ce irá tomar as devidas providências, inclusive denunciando essa atitude arbitraria ao Ministério Público.