O Sindicato dos Agentes e Servidores Públicos do Sistema Penitenciário do Estado do Ceará (Sindasp/CE) fez ontem uma série de denúncias referentes à CPPL IV, em Itaitinga. O descaso na unidade prisional foi citado em bilhetes e cartazes durante os últimos ataques a ônibus. Somente na última sexta-feira (13), foram quatro coletivos incendiados. Um vídeo também foi gravado pelos próprios detentos, que reclamavam de falta d’água e desrespeito com as
visitas.
Entretanto, os agentes penitenciários da CPPL IV relataram ao Sindasp que estão inseguros desde o último motim, na madrugada da quinta-feira (14), quando houve quebra-quebra em pelo menos quatro, das seis “ruas” (espaço que separa os presos) da unidade. Cada “rua” teria uma média de 350 detentos e, após o motim, parte das grades das celas teriam sido arrancadas e os internos estariam soltos nas ruas da unidade.
Os agentes também reclamam do que chamam de “regalias” oferecidas aos presos. Uma delas seria um ônibus executivo para levar as visitas dos detentos de um lado da BR-116 até a CPPL. A informação foi do presidente do Sindasp, Valdemiro Barbosa. “Eles (presos) destruíram tudo. E no domingo (15) teve visita normal com direito a ônibus executivo para levar as visitas, ao invés de punição pelo quebra-quebra. Desde a gestão passada, que tento conseguir o transporte para as agentes penitenciárias, mas a proposta não foi aceita devido a uma contenção de despesas, mas, para atender os presos, não tem problema de orçamento”, critica.
Sejus
Em nota, a Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus) explicou que retirou, temporariamente, vendedores ambulantes que ficavam em frente ao complexo, por questões de segurança. Durante o período de ajuste, quatro ônibus foram designados para fazer o deslocamento das visitas de um complexo para outro. “A medida é uma forma de garantir a segurança das pessoas na travessia da BR, assegurando que estas pessoas sejam tratadas de forma digna e humana” divulgou a Sejus.
Sobre o quebra-quebra nas “ruas” da CPPL IV, a Sejus informou que realiza o levantamento dos danos causados. “Desde sexta-feira, os reparos estão sendo feitos. O Grupo de Apoio Penitenciário está com uma equipe disponível para a unidade, a fim de reforçar a segurança”. Sobre os ataques a ônibus, a Sejus informou que as investigações estão a cargo da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPD), mas que não há confirmação do envolvimento dos detentos.
Fote: Jornal OPOVO