Excesso de procedimentos para poucos profissionais está fragilizando a segurança do local; Portaria que determina quantitativo de policiais não está sendo respeitada
Após duas tentativas de fuga impedidas por Policiais Penais nesta terça-feira (08), na Unidade Prisional Professor José Sobreira de Amorim, em Itaitinga, a diretoria do Sindppen-Ce denuncia, mais uma vez, a escassez de profissionais no local.
Em relato apresentado aos diretores do sindicato, policiais afirmam que, durante a manhã desta terça, foi verificado que o cadeado que dá acesso à unidade foi quebrado. Após vistoria feita pelos profissionais, foi encontrada uma “tereza” (corda improvisada), no espaço em que os detentos realizam um curso de pedreiro. A corda possivelmente seria utilizada para tentar pular o muro do presídio.
A outra tentativa de fuga foi frustrada pelos policiais durante o período da tarde, quando dois presos tentaram fugir pela recepção da unidade dando “cavalo louco”. Um dos detentos foi pego já pulando a tela que divide o resto do Complexo I e a Unidade. De acordo com informações dos policiais penais, o interno foi imobilizado, intimidando assim o segundo interno que desistiu da fuga após presenciar a imobilização.
POUCOS PROFISSIONAIS NA UNIDADE
Não é de agora que os policiais penais que trabalham na UP Sobreira Amorim sofrem com o excesso de procedimentos e escassez de profissionais, o que acaba fragilizando a segurança do local e, consequentemente, tentativas de fugas tenham sido registradas.
O Sindppen-Ce já havia apresentado uma denúncia ao Ministério Público (MP) após um Policial da Unidade expor um relatório em que descreve o excesso de trabalho para poucos profissionais na UP. No documento, o PP relata que o art. 8º, § 1º, da Portaria 1220/2014, que discrimina a proporção policial/preso para os plantões, não está sendo respeitado.
De acordo com a presidente do sindicato, Joelia Silveira, as tentativas de fuga registradas nesta terça mostram a má gestão da Unidade Prisional, que põe em risco a segurança dos Policiais, das outras pessoas que frequentam o local e da sociedade em geral.
Ainda segundo a presidente, o excesso de tarefas a serem realizadas por poucos policiais é a principal queixa apresentada pelos servidores da Sobreira. “Não há um quantitativo equilibrado, é humanamente impossível 2 policiais conseguirem dar conta de 100 presos, por exemplo. Além disso, muitos dos profissionais não conseguem ter o descanso necessário”, declara Joelia.
Vale lembrar que a diretoria do Sindppen-Ce já havia protocolado um ofício direcionado a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), para que providências venham sendo tomadas nas questões de segurança do Sobreira e do descumprimento do Procedimento Operacional Padrão (POP).
Em resposta, a SAP declarou que tais questões não eram verdade e que tinha efetivo suficiente. “Percebemos com essa resposta que a postura da Secretaria não condiz com a realidade, só observamos omissão e problemáticas e, mesmo com todo revés e com a morosidade da SAP em resolver, o servidor continua atento no seu trabalho, mesmo com a deficiência no quantitativo de policiais penais, evitando assim, as fugas.” finaliza a presidente.
Acesse aqui o requerimento emitido pelo Sindppen-Ce à SAP e a resposta da Secretaria.