O Sindicato dos Policiais Penais e Servidores do Sistema Penitenciário do Estado do Ceará (Sindppen-CE) continua denunciando a precariedade das condições de trabalho no sistema prisional cearense.
A denúncia ganhou ainda mais força após a entidade apurar, junto à categoria, uma fuga ocorrida na UP4, em Itaitinga, no domingo (13), logo após o horário de visitação. Por volta das 16h, iniciou-se um motim.
De acordo com a diretoria sindical, após o término das visitas, presos da ala B se rebelaram na área destinada à visitação, o que exigiu a intervenção do Grupo de Apoio Penitenciário (GAP). A suspeita é de que a rebelião tenha sido uma distração para facilitar a fuga, que só foi percebida durante uma ronda, realizada por volta das 20h, quando foi encontrada uma corda improvisada, conhecida como “teresa”. Cinco presos fugiram, dos quais um foi recapturado.
A ocorrência reforça a importância das problemáticas constantemente denunciadas pelo sindicato serem ouvidas pela Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (SAP).
O vice-presidente do Sindppen-CE, Daniel Almeida, foi informado que a unidade deveria contar com 35 policiais, mas naquele dia havia apenas 18, sendo que 5 estavam em escolta e 3 na área administrativa, deixando apenas 10 policiais no interior da unidade, para promover a segurança e realizar a vigilância interna. Almeida ressaltou que o baixo efetivo, resultado do elevado número de afastamentos relacionados a doenças mentais, impede a cobertura adequada de todos os postos de vigilância.
“A SAP tem a possibilidade de aumentar o número de policiais penais por meio de diárias operacionais, mas isso não acontece nos períodos de visitação, resultando em um efetivo insuficiente para lidar com a alta movimentação nesses dias”, afirmou o dirigente.