“QUANTO MAIS A SOCIEDADE SE DISTANCIA DA VERDADE, MAIS ELA ODEIA AQUELES QUE A REVELA”.
– GEORGE ORWELL
O protocolo foi quebrado. A culpa é do policial penal. Eles jogam contra.
Quantas frases mais serão declaradas? Os fatos são empurrados para baixo de uma camada de disputa meramente argumentativa e os efeitos deixaram de ter importância. Cada camada mais de “não escuto” é acrescida de outra de não se resolver o problema.
No fim, a cena volta a acontecer e famílias repetem a oração da espera.
Não é comum tentativa de fuga. Não se normaliza o que ocorreu antes, agora e pode ocorrer depois, quando o assunto é proteção de vidas. Não é um episódio menor. Uma questão que foi controlada e deve ser apagada. Silenciada.
O sistema não deve e não pode falhar. Não normalizem o medo e a angústia. Essa doença da dor que está consumindo nossas vidas. A função de TODOS é resolver.
O protocolo não foi cumprido. Pronto, resolvido?
Agora, qual foi o protocolo? Que irregularidade tamanha foi essa para a competência de um SERVIDOR, que não foi nem comunicado oficialmente sobre seu erro para ao menos exercer sua defesa, ser motivo de declaração pública?
Para que a sociedade entenda, um dos nossos protocolos, por exemplo, é que um (a) policial penal sozinho (a) não pode fazer o procedimento de tranca de uma ala. Mas, E se tem só um policial escalado? Ele faz o quê?
É preciso se respeitar minimamente a igualdade entre quantitativo de policiais e quantidade de procedimentos dentro das unidades. Não é possível, por exemplo, ter um policial para fazer todas as atividades em três alas de um lado e um segundo policial para fazer o procedimento nas outras três.
Assim, para “fazer a unidade rodar”, garantindo a não interrupção das atividades como banho de sol, alimentação, encaminhamento ao estudo, etc., sem que haja quebra de protocolo, é necessária a garantia da quantidade de policiais.
O que aconteceu no último fim de semana não foi o caso do exemplo? Então, qual foi? POR QUE FOI?
O Sindppen-Ce volta a afirmar que se orgulha imensamente da dedicação e da capacidade que os policiais cearenses têm de fazer o máximo, no limite, diante das condições que se perpetuam no sistema apesar de nossos avisos e pedidos.
Já estamos e prestaremos todo o auxílio aos policiais penais, que foram vítimas de um processo de violência e que merecem de nós o devido acolhimento.
Não fazemos milagres. Não estamos sempre certos, claro que não! Mas em nós, existe a objetividade, a transparência e, acima de tudo, a verdade de lutar por nossas vidas e por um sistema que cumpra seu papel para a sociedade.
Culpabilizar é realmente mais fácil do que rever, no cenário amplo, o que pode ser modificado e melhorado?
DIRETORIA DO SINDPPEN-CE