Categoria se mobilizou na manhã desta quarta-feira (20/09), pedindo a retirada do gestor da pasta de Administração Penitenciária, Mauro Albuquerque
A diretoria do Sindicato dos Policiais Penais e Servidores do Sistema Penitenciário do Estado do Ceará (Sindppen-Ce) esteve nesta terça-feira (20/09), a partir das 9h, em frente à Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (ALECE), em unidade com a categoria, entidades sindicais e juventude estudantil, para o ato Fora Mauro!
A mobilização buscou denunciar ao Governo do Estado a insatisfação da categoria de policiais penais com a atual gestão do Secretário de Administração Penitenciária, Mauro Albuquerque, que é, pelo entendimento dos servidores, o responsável direto pelo adoecimento mental dos policiais penais, que conforme documentado pela entidade sindical, são vítimas de perseguições e de assédio institucional dentro das unidades prisionais.
O ato contou com ampla participação da categoria que, com palavras de ordem, pediu a saída do atual gestor, e reivindicou mais respeito, mais humanidade e o fim dos assédios morais.
Reunião com Deputados Estaduais
Uma comissão do sindicato formada pela presidente do Sindpen-Ce, Joélia Silveira, a presidente do Fuaspec, Ravenna Guimarães, o presidente do Conselho Estadual do Trabalho, Valdenio Aguiar, o advogado do Sindppen-Ce Ewerton Rodrigues e a jornalista do sindicato Marina Valente, foi recebida por uma comissão de Deputados Estaduais formada pelo líder do Governo Romeu Aldigueri, Missias Bezerra, Antônio Henrique, Sargento Reginauro, além da assessoria jurídica do deputado Renato Roseno, representada por Patrícia Oliveira.
A presidente do sindicato, Joélia Silveira fez uma fala inicial de destaque, acompanhada pelo advogado do Sindppen-Ce, Ewerton Rodrigues. O cerne da discussão girou em torno das denúncias feitas desde o início da gestão pelo sindicato, que abordou temas como abusos e problemas relacionados à saúde mental dos policiais penais.
Ela fez questão de destacar os atendimentos que presenciou ao longo da semana e trouxe à tona uma preocupante estatística: entre os mais de 3.500 policiais penais, cerca de, aproximadamente, mil encontram-se afastados por razões ligadas a problemas de saúde mental.
O advogado da entidade, reforçou a fala da presidente destacando a quantidade enorme de atendimentos e agendamentos que realiza relacionados a Termos de Ajuste de Conduta (TAC) emitidos de forma abusiva, incluindo por uso de figurinhas em grupos pessoais de Whatzapp. Ewerton Rodrigues, também destacou a proibição da entidade sindical de entrar nos complexos prisionais.
Sobre as perseguições institucionais
A abordagem da perseguição institucional foi mencionada, exemplificando como simples comentários em grupos de WhatsApp podem resultar em represálias mediante oitivas. Os deputados presentes reiteraram que embora a responsabilidade pela situação não seja exclusivamente do governo atual, este tem a obrigação de lidar com o cenário.
O líder do governo, Romeu Aldigueri, expressou a importância da liberdade sindical e seu compromisso em levar as alegações ao governador Elmano de Freitas. Comprometeu-se a examinar todos os relatórios e documentos apresentados, demonstrando sensibilidade para com a situação e que na próxima semana haverá uma resposta após uma análise dos fatos. “A diretriz do governador é estar com o gabinete sempre aberto às negociações, pois o Governador Elmano é um estadista e sindicalista, conhece a causa e valoriza o servidor público e a vida toda militou nos direitos humanos. Então jamais compactuará com nenhum excesso e nenhum abuso de autoridade”, declarou Aldigueri.
Na luta
Enquanto a comissão se reunia, os policiais penais unidos a dirigentes de diversas entidades sindicais e estudantis, realizaram uma caminhada pacífica, onde reiteraram através de falas o apoio a luta, de reconhecimento do papel do policial penal para a segurança, a importância da saúde mental e contra o assédio moral. Além de pedir o Fora Mauro!
A categoria ainda ressaltou que é contrária ao discurso de criminalização da luta, afirmando que os policiais penais estão em luta contra o colapso do sistema e desejam uma gestão eficiente e que os valorize.
Deliberações
A direção executiva do Sindppen-Ce deliberou a realização de um novo ato, em frente ao Palácio da Abolição, onde serão deliberados com a categoria, em Assembleia Extraordinária, os próximos passos de luta. “Irei convocar novamente a categoria de policiais penais para mais um “Fora Mauro”, pois, como claramente falei na reunião com o governo, esses atos serão permanentes até obtermos uma resposta positiva” declarou a presidente.