O Sindicato dos Policiais Penais e Servidores do Sistema Penitenciário do Estado do Ceará (Sindppen-Ce) lamenta a morte dos policiais, Glauber Monteiro Peixoto e Wendell Gondim Cruz, durante o trabalho nesta madrugada de sábado, na Penitenciária Francisco Hélio Viana de Araújo, em Pacatuba.
A direção do Sindppen-Ce tem chamado atenção da sociedade sobre as condições de trabalho nas unidades penintenciárias onde vem ocorrendo assédio moral, constantemente, nas relações de trabalho. Este fato está levando a um alto número de licenças médicas e desde o ano de 2020, já ocorreram quatro suicídios, envolvendo policiais penais.
A direção do Sindppen-Ce publicou uma cartilha sobre TRABALHO DECENTE, publicada no Dia do Servidor. Mas encontra-se sem o livre acesso às unidades prisionais, cerceado devido ao posicionamento público acerca de um vídeo sobre os excessos durante um treinamento de policiais penais.
Para a direção da entidade, as licenças médicas bateram recorde. Os atestados médicos são constantes e muitos policiais penais estão doentes com problemas psicológicos.
O número de suicídios dentro da categoria tem chamado atenção e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) já notificou a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) e o Tribunal de Justiça do Estado do Ceará sobre a necessidade de um plano emergencial para o sistema penitenciário do Ceará.
Houve muitos avanços no estado na questão da infraestrutura do sistema penitenciário, deste 2016 houve um acréscimo de mais de R$ 100 milhões no orçamento da SAP, segundo o diretor do Sindppen-Ce, Alex Araújo. Com isso, foi criado o fundo penitenciário. Investiram em novas viaturas, avançaram na questão da disciplina dos presos e no controle das facções. Contudo, na questão do tratamento dos servidores do sistema, temos um retrocesso que, nunca antes dentro do sistema penitenciário cearense, havia ocorrido.
Isso é o retrato de uma visão não humanizada nos plantões das unidades prisionais.