Quase duas décadas lutando pela Polícia Penal, e, justamente agora, quando estamos próximos dessa conquista surge a escola de gestão penitenciária para anunciar um seminário que questionará a Polícia Penal. É algo difícil de entender, como questionar a nossa certidão de nascimento? Talvez eles não saibam que a Polícia Penal significa que os governos terão que estruturar o Sistema Prisional. Será a passagem do amadorismo para o profissionalismo com a nossa inserção no artigo 144 da Constituição Federal, criando uma Polícia Penal independente com dotação orçamentária para se investir em estrutura para o profissional.
É lamentável que esses avanços incomodem uma minoria que, certamente se beneficia com a desorganização do sistema carcerário. É preciso saber quem são os integrantes dessa escola e, ocasionalmente quem são os palestrantes desse seminário, e onde estão inseridos, do lado do trabalhador ou do governo. A nossa escola de gestão penitenciária foi criada para fomentar estudos e projetos para o crescimento da nossa categoria que vem ao longo dos anos na contramão dos anseios dos Agentes Penitenciários do Ceará, todavia, parece ser favorável ao atual sistema, que faz o servidor penitenciário de babá de detento.
São 13 anos de luta em busca da Polícia Penal e nossa escola vem anunciar um seminário para QUESTIONAR A POLÍCIA PENAL. Esperamos que categoria faça uma análise crítica e lance o seu repúdio dizendo NÃO AO RETROCESSO. Lançaremos uma campanha “Não sou babá de Preso”. A quem interessa o amadorismo no sistema? O documento abaixo, por exemplo, mostra que, apesar das inúmeras cobranças do Sindicato dos Agentes e Servidores do Sistema Penitenciários do Estado do Ceará (Sindasp/CE), para que o Fundo Penitenciário seja investido em capacitação, a Sejus e seus respectivos gestores priorizam nas regalias aos presos, tanto que cerca de 75% do dinheiro foi direcionado à massa carcerária.